Battle Royale

Eu conheci Battle Royale de um modo estranho. Participei de um RPG onde o mestre nos colocou exatamente nessa situação. Foi o método mais inenso de sentir o que acredito que todos sintam ao ver o filme: se perguntar o que fariam em uma situação como essa.

O filme é baseado em um livro de Koushun Takami, lançado em 1999. Além do livro e do filme existe também o mangá, que foi lançado no Brasil pela Conrad. Mas infelizmente cancelaram a versão em quadrinhos no meio.

Tudo começa em uma época onde as crises econômicas e o desemprego acabaram minando a fé dos adolescentes na educação e nos adultos. Consequentemente começaram revoltas, insubordinações e evasão escolar. Temendo o pior, o governo totalitário elabora uma lei onde a cada ano uma turma é escolhida para participar de um programa. Aqueles selecionados iriam para uma ilha, onde teriam qur matar os colegas de turma, até que só restasse 1.

Fugir? Não dá. Todos tinham uma coleira que os controlava. E ela explodiria se passasse 24 horas sem que ninguém houvesse morrido. Também haviam zonas de perigo, que mudavam sempre. Quem quer que estivesse em uma zona que determinada hora fosse assim considerada teria que sair rápido, ou a coleira explodiria.

No meio de toda essa trama, o mais óbvio seria o autor adotar uma atitude negativa, demonstrando toda a podridão do ser humano. Mas na minha opinião o que é realmente legal no filme é que isso não acontece. Embora não chegue ao oposto de mostrar indivíduos cheios de honra e altruismo, não se cai no erro fácil de diminuir as pessoas a seres apenas instintivos, sem algo mais. Existe gente de todo o tipo lá, e o filme demonstra bem isso. Alguns matam sem piedade, outros fogem, se matam, procuram buscar uma solução. Mostra que mesmo em meio a desconfiança muitos tentam fazer o que podem naquela situação. Ou seja, se afasta daquela ideologia fácil de que o ser humano é produto do meio.

Enfim, eu achei um filme muito bom. Não dá pra saber do final antes. Cada um pode trair os companheiros a qualquer momento mas ao mesmo tempo pode ser capaz de uma boa ação. Apesar de ser meio pesado, acho que esse peso é adequado. Não se busca ali chocar por chocar, apenas mostrar o comportamento das pessoas em determinada situação. E também faz pensar bastante.

Ah, sobre o RPG. Infelizmente não pudemos terminar, o grupo acabou se desfazendo por falta de tempo das pessoas. Mas minha estratégia já estava traçada: buscar um meio de retirar a coleira e fugir de lá. Qual seria a sua?



Trailer